Jane Patrícia Haddad

Palestras e Conferências

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O gerente educador e o desenvolvimento de pessoas

Por Luis Carlos Moreno

A necessidade e importância da compreensão do comportamento organizacional são assim evidenciadas para uma adequação das exigências com atividades e tarefas, organização e equipe, clientes internos e externos, fornecedores, parceiros e comunidade. A atualização, o aperfeiçoamento e desenvolvimento profissional, também denominado Educação Continuada, consolida-se hoje na concepção de Educação Corporativa, agregando valor à carreira do profissional, acrescentando e desenvolvendo competências.
O desenvolvimento organizacional é imperioso, imediato, contempla imprevisibilidades numa velocidade jamais vivenciada pelos humanos. Assim, o comportamento necessário é o da aplicação das competências para o desempenho desejado, medido pelos resultados, na busca da realização pessoal através de um trabalho desafiante, inteligente – criativo e gratificante – o que potencializa o humano.
O gerente educador pode mudar as pessoas por meio do seu próprio comportamento, uma vez que os seres humanos aprendem (e muito) por imitação; processos de comunicação; tomada de decisão; solução de problemas, por extensão, pode influenciar as atitudes e comportamentos de todos os integrantes da organização. O gerente educador, para plena eficácia, emprega seis competências:

1. Controla o ambiente e os recursos da organização tomando decisões preventivas

2. Organiza e coordena em torno de tarefas e relações interdependentes

3. Trata as informações identificando problemas para tomar decisões e comunicá-las

4. Provisão de crescimento e desenvolvimento para si e seus funcionários

5. Motivação dos funcionários e administração de conflitos no trabalho

6. Tem solução de problemas estratégicos por meio da tomada de decisões e do incentivo às decisões por parte dos seus funcionários

Os resultados esperados desse desempenho são:

  • Maior integração entre as áreas, departamentos e grupos organizacionais (reais e virtuais)

  • Ativação, facilitação e incrementação do processo de comunicação interpessoal

  • Maior cooperação intergrupal (o verdadeiro sentido e natureza do time)

  • O relacionamento entre pessoas flui

  • Aumenta a produtividade, a segurança e a qualidade

  • Gerenciamento atualizado e dinâmico, que enfatiza a liderança

Percepções
Percepção é a forma pela qual se vê o mundo, ou seja, de acordo com as suas vivências, interpreta e percebe as coisas. A referência é sempre pessoal. O comportamento em relação à outra pessoa implica numa progressão que é iniciada pela formação de uma impressão dela. Muitos conhecem a expressão “A primeira impressão é a que fica”. Isso significa, na prática, que se temos uma impressão favorável de uma pessoa, reagimos positiva e favoravelmente. O inverso também é aplicável.
Percebemos através dos sentidos: audição, olfato, paladar, tato e visão. A maneira pela qual uma pessoa percebe as outras pessoas ou coisas é muito influenciada por sua formação, posição, seu ambiente, suas crenças, padrões culturais. O mundo, a vida, o trabalho, as pessoas, são o que eu vejo, penso ou o que eu sinto?

Sensações
O filósofo David Hume (1711–1776), depois de se observar a fundo, declarou não ter localizado uma identidade duradoura, mas apenas "um feixe de sensações". Asseverava que os seres humanos são "nada além de uma coleção de percepções que se sucedem umas às outras com rapidez inconcebível e estão em perpétuo fluxo e movimento". A análise de Hume implica que nosso senso de nós mesmos como indivíduos coerentes e contínuos é uma ilusão. E quantas ilusões sobre os profissionais são cultivadas pelos gerentes? Talvez a mais aceita (e praticada por muitos gerentes) é a de que os profissionais são máquinas repetidoras de comportamentos impostos, sugeridos ou simplesmente exigidos pelas organizações ou pelo seu modelo de comando.
Aprendizagem importante: os humanos respondem ou reagem a estímulos significativos. Não percebemos as pessoas como elas são e sim como nos parecem ser, pelo o que significam para nós. Considere como compreendendo o mundo em que vivemos e particularmente aquelas partes relativas a nós mesmos e às nossas relações com as outras pessoas. Antes de tudo, nós organizamos o mundo de acordo com conceitos ou categorias. Numa expressão: rotulamos. Dizemos que as coisas são quentes ou frias, boas ou más, simples ou complexas.

Conceitos
Cada vez que consideramos qualidades em nós mesmos, em outras pessoas ou fatos do mundo, usamos conceitos. Dependemos deles e das categorias para organizar nossas experiências, aprendizagens e conhecimentos. Como entender ou explicar nossa relação com o trabalho sem o conceito de realização?
A maioria de nós desenvolveu um conjunto personalizado de conceitos e os usa para interpretar o comportamento alheio. Essas preferências conceituais freqüentemente se relacionam com nossa motivação. O gerente educador sabe que os fatores que influenciam no processo perceptivo são:

  • Seletividade – Nossos órgãos sensoriais são atingidos simultaneamente por uma imensa variedade de estímulos, mas só percebemos um subconjunto deles ou aqueles que nos interessam no momento. Quando dirigimos um veículo não estamos preocupados ou dedicando atenção às árvores pelas quais estamos passando, embora percebamos sua existência.

  • Experiências anteriores – Nossas experiências passadas facilitam a percepção de estímulos com os quais entramos em contato mais rapidamente com a nossa mente. Exemplo: em referência a um grupo de pesquisadores num projeto – “Já trabalhei com cientistas, sei como gerenciá-los”.

  • Condicionamento – Se compensarmos sujeitos de um grupo todas as vezes que eles percebem coisas que não condizem com a realidade e puni-los quando percebem o contrário, ou seja, quando perceberam coisas que condizem com a realidade, a tendência é que esse condicionamento influa no processo perceptivo.

  • Fatores contemporâneos – Sensações de sede, fome, depressão, fadiga, etc., podem influenciar na percepção do estímulo sensorial. O profissional ansioso e com medo de ser dispensado da empresa vê no comportamento do seu gerente sinais de descontentamento e indícios de uma demissão.

  • Estereótipos – Consiste na imputação de certas característica, a pessoas pertencentes a determinados grupos, aos quais se atribuem determinados aspectos físicos. Podem ser positivos ou negativos.

  • Preconceito – Consiste em formar previamente o conceito de uma pessoa, antes mesmo que tenhamos informações suficientes para julgá-la. Preconceitos como cor, raça, religião, sexo, etc. tornam a nossa percepção influenciada e nem sempre condiz com a realidade.

  • Atribuição de intenção – É o processo pelo qual um gerente reconhece a intenção na ação de outro profissional. Isso pode ocorrer quando achamos que sabemos as intenções das pessoas quando se comunicam conosco ou estão prestes a praticar alguma ação.

Nem sempre aquilo que vemos ou julgamos estar vendo condiz com a realidade; temos de levar em conta todos os fatores que podem estar nos influenciando para que vejamos coisas que estão fora da realidade. Quando um gerente percebe mal, ele não se comunica de forma eficaz e, conseqüentemente, também se relaciona mal com as pessoas.